Durante muito tempo, tentei encaixar-me.
Fui muitas versões de mim — a filha que não queria preocupar ninguém, a mulher que precisava de provar que era forte, a profissional que sabia sempre o que dizer.
Mas por dentro… sentia-me como se estivesse a viver uma vida que não era minha.
Até que deixei de conseguir ignorar aquilo que sempre esteve presente: a minha ligação com o invisível, com o subtil, com o que não se explica — mas se sente.
Não tinha muitos amigos.
Era a “estranha” da escola — porque pensava demais, sentia demais, vivia demasiado na minha cabeça.
Absorvia tudo. O que os outros diziam… e o que não diziam também.
E, mesmo sem saber o que era ser sensitiva ou empática, já carregava o peso de sentir o mundo inteiro às costas.
Enquanto outras crianças brincavam às escondidas… eu olhava para o céu.
A ciência era o meu refúgio.
Os planetas, as estrelas, o cosmos — era a única “magia” que me fazia sentido.
A melhor parte do meu quarto eram as estrelas fluorescentes no tecto.
À noite, a minha cama era uma nave espacial. Ficava ali deitada, a imaginar que viajava por entre galáxias, universos e dimensões, e conhecia imensos seres diferentes.
Era o mais perto que conhecia de casa.
Durante anos escondi-me. Escondi o que sentia.
Aos 11 anos, aprendia sozinha a fazer adivinhação com I-Ching, Tarot e leitura de mãos. Estudei tudo às escondidas. Li, testei, questionei. Fiz o caminho por tentativa e erro.
E foi nesse processo que descobri que a espiritualidade não precisa de ser pesada, nem radical, nem distante da vida real.
Já só na vida adulta, depois de começar a morar sozinha, é que iniciei a minha auto-descoberta e investimento nas formações.
Comecei por tirar cursos de hipnose clínica e programação neurolinguística.
Depois veio o mesmerismo — e nesse dia chorei baba e ranho, porque percebi que a energia ERA REAL.
A partir daí, confesso que perdi a conta aos cursos que fiz:
Limpeza energética xamânica, incorporação, reiki, tarot, cirurgias psíquicas, cura energética, comunicação espiritual, arte mediúnica, curas multidimensionais, leituras de registos akáshicos, radiestesia, radionica… you name it.
Fiz de tudo. Viajei por muitos sítios em busca de conhecimento. Vibrei em cada segundo.
Mas o que mais me marcou foi, sem dúvida, ter estado semanas a estudar no Arthur Findlay College.
Esse lugar trouxe-me muitas bênçãos:
Sou médium, terapeuta espiritual e professora.
Sou uma mulher prática, divertida e pragmática.
Não me vais ouvir a falar de espiritualidade como quem vive nas nuvens.
Falo com os pés bem assentes na Terra — e muitas vezes com a ciência de mãos dadas.
Não estou aqui para convencer ninguém da minha verdade, porque acredito que cada um tem a sua.
Posso, sim, ajudar-te a fazer a ponte entre o que sabes, o que sentes e o que ainda não viveste.
Um lugar de verdade. De conexão. De expansão.
Onde se fala de espiritualidade sem dogmas e de forma pragmática, e onde despertas o que te faz vibrar a alma.
E se for o caso… não estás sozinha.
A tua sensibilidade é sabedoria.
A tua dor é passagem.
A tua alma não está partida — está a lembrar-se.
E não, não tens de fazer esse caminho sozinha.
Eu estou aqui. E entendo.
Bem-vinda.